sábado, 29 de novembro de 2008

Uma cadeira das 6


O trabalho da Ana Rebordão lá está. Discreto e desconcertante. Uma tela ladeada por duas projecções luminosas, tão luminosas que os corpos, amarelos e com movimentos quase imperceptíveis, não se distinguem à primeira vista. Depois de habituar o olhar ao ambiente luminoso daquele recanto da sala de exposições, o visitante tenta descodificar o que à vista se lhe oferece. Na tela (painel central) a pintura sobrepõe os dois corpos das laterais. Suave, discretamente, é necessário querer ver para que a imagem ganhe sentido.
A Ana está em Itália. Não participou no "colóquio" e os que aí se deslocaram ficaram na posse das mesmas dúvidas e perplexidades que aquele trabalho lhes provoca. Certamente.
Propor o "casamento" improvável entre duas formas de expressão artística que se empurram mutuamente no panorama da arte contemporânea não é uma via óbvia para iniciar e desenvolver um percurso artístico. Mas é uma ideia luminosa. Luminosa como as imagens projectadas. Luminosa como são as boas ideias, as premonições que nos levam a disparar em direcção a um futuro que, agora, se adivinha.
A ver. Atentamente.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ainda aquela cena das cadeiras e da mesa



Mais 7 fotos da inauguração da tal exposição. A sequência começa com os discursos de ocasião. Discursou aquele senhor das barbas que é vereador de qualquer coisa que não me vem agora à memória, dicursou a Ana Isabel Ribeiro que é directora da Casa da Cerca e responsável pelo espaço da Galeria e discursou o Luís Miranda que é um dos artistas e meu colega na escola onde dou aulas.
Na foto seguinte podemos ver o alegre grupo de artistas presentes. O David Castanheira, a Sara Bichão, o Luís Miranda, eu próprio e o João Gaspar com uma das paredes da Sara em fundo.
Mais abaixo está o David a explicar qualquer coisa à Teresa Cameira que vai olhando as obras expostas através do rectângulozinho da máquina digital.
Segue-se o Zé Julião a observar atentamente um desenho do Miranda e o João Gaspar a enquadrar devidamente algum aspecto específico da sua obra naquele gesto rectangular dos dedos da mão.
Finalmente uma visitante sentada no chão fixa o olhar num dos 80 desenhos do meu painel. Acho que está a olhar para "O Libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor". Pois, é o título de um texto do Luiz Pacheco e foi o que me pareceu ter desenhado quando acabei aquele desenho que ali está.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

mais 6 cadeiras 1 mesa




3 fotos do dia da inauguração da exposição que veio modificar o panorama das Artes Plásticas no Planeta Terra. A primeira mostra alguns visitantes em frente à entrada da Galeria. A 2ª é uma panorâmica perspéctica do painel colectivo que está no andar superior (as obras estão expostas na cave ou "buraco", como prefiro designar o espaço de exposição. A 3ª foto mostra o meu boneco nesse painel. É um contraste entre um gajo aflito com a crise económica (a cabeça dele vai rebentar) e alguém que, ao passear o seu animal para o chichi vespertino, troca de personalidade com o bicho, escapando desse modo ás agruras da vida... humana.


sábado, 22 de novembro de 2008

Tríptico


Tríptico
Anunciação Natividade Descida da Cruz

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Babar

Babar nos Infernos
características habituais
1990 e picos

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Homem Fotogénico

Um Homem Fotogénico
tinta-da-China sobre papel
Tamanho A3
dois mil e picos

domingo, 9 de novembro de 2008

Um rei espanhol...

Um Rei espanhol com o seu Anão
Tinta-da-China sobre papel e marcador preto
2000 e uns trocos
tamanho A3

Maior que o Inferno (conversa para adormecer moscas mortas)


Nós próprios somos maiores que o Inferno que trazemos dentro do peito.
Somos menores que o Paraíso que esquecemos que poderíamos criar se não fõssemos mais depressa demónios do que coisas parecidas com anjinhos barrocos.
Temos vergonha de ser belos?
Porque insistimos na visão perversa do mundo que nos rodeia.
Rimos com a dor alheia e apenas sorrimos perante imagens de felicidade.
Isto está errado ou é, apenas, assim mesmo?
Hoje vou deixar as coisas como não estão e procurar debaixo da cama aquele monstro que ontem perdi entre o adormecer e o dormir, aquele monstro com bico de pato que me queria devorar porque não lhe ofereci o cigarro que me pediu quando nos encontrámos no meu sonho.
Eu sei que esta conversa não faz sentido.
Aparentemente.
Mas o sentido das coisas é uma convenção, um pretexto para deixarmos que a realidade se pareça com alguma coisa comum a todos nós, os demónios que habitam oinferno que trazemos dentro do peito.
Bom Domingo.

Ora vai lá ver...

Encontrei esta sugestão http://itmakesmegiggle.ytmnd.com/ aqui, no Pandora Complexa. A sugestão foi deixada por alguém que se auto-intitula "Merdinhas" e mantém colaboraçãpo com vários blogues como, por exemplo, este "Do Segredo Das Artes".
Resumindo, vai lá espreitar o lugar que encontras clicando na 1ª hiperligação deste post. Vai lá, anda, não tenhas preguiça...