domingo, 9 de novembro de 2008

Maior que o Inferno (conversa para adormecer moscas mortas)


Nós próprios somos maiores que o Inferno que trazemos dentro do peito.
Somos menores que o Paraíso que esquecemos que poderíamos criar se não fõssemos mais depressa demónios do que coisas parecidas com anjinhos barrocos.
Temos vergonha de ser belos?
Porque insistimos na visão perversa do mundo que nos rodeia.
Rimos com a dor alheia e apenas sorrimos perante imagens de felicidade.
Isto está errado ou é, apenas, assim mesmo?
Hoje vou deixar as coisas como não estão e procurar debaixo da cama aquele monstro que ontem perdi entre o adormecer e o dormir, aquele monstro com bico de pato que me queria devorar porque não lhe ofereci o cigarro que me pediu quando nos encontrámos no meu sonho.
Eu sei que esta conversa não faz sentido.
Aparentemente.
Mas o sentido das coisas é uma convenção, um pretexto para deixarmos que a realidade se pareça com alguma coisa comum a todos nós, os demónios que habitam oinferno que trazemos dentro do peito.
Bom Domingo.

1 comentário:

Só- Poesias e outros itens disse...

Silvares,
A sua estética é de reação. Como tal, é guereira. Um leque de desafios, enfrentar nossos monstros, mas que bom enfrentá-los.

bjs.

Ju Gioli